A Taberna Londrina em Viseu ergue-se como um dos múltiplos portos desta vasta cadeia, uma âncora fincada na histórica Rua Aquilino Ribeiro, sob a sombra da Biblioteca Municipal. A presença na cidade, embora parte de uma identidade corporativa, carrega o peso de uma promessa: oferecer a francesinha, rainha incontestável do menu, numa experiência consistentemente replicada de norte a sul.
O que implica, per si, sóbria reflexão.

Na mesa, o registo da despesa fala por si. A conta ascendeu a um valor notável para três mastigantes, um fardo de sessenta mil réis, na antiga e nostálgica moeda, um preço que pondera o paladar. O vinho, contudo, revela uma nota dissonante: apenas os rótulos do costume, os VAD, e a ausência sentida dos vinhos do Dão, a Região que abraça Viseu. Este pormenor, mesmo numa franquia, denuncia um descuido singelo para com o cliente mais atento e, sobretudo, para com o terreno regional. A responsabilidade social, essa chama que não pode ser terra vã, exige o abraço ao produto local. Vinguei-me, pois, na frieza da lata, uma cerveja impessoal, produzida para a marca, onde o néctar da terra deveria bailar.



O que aqui se vive é um franchising de ritmo acelerado e sabor popular, uma dança coreografada entre francesinhas generosas, hambúrgueres robustos e a simplicidade dos snacks. A sala é movimentada, reverberando com o burburinho das vozes, e o serviço, embora conduzido por funcionários dedicados de passo ágil, padece por vezes da lentidão inerente ao volume da clientela.

Sobre a mesa desfilam as escolhas: a francesinha especial, coração do almoço; as batatas fritas douradas, com e sem o toque cremoso da maionese; o prego em pão do caco, um abraço macio de carne e massa; e os pequenos prazeres como a salsicha entalada no pão, os cachorrinhos gulosos e o folhado de alheira, a entrada que anuncia o aconchego.



Não obstante as reservas, as avaliações gerais da Taberna Londrina em Viseu mantêm-se francamente positivas. O cliente é recebido com a cortesia esperada, e o prato-estrela é unanimemente elogiado, a francesinha. A sua versão é adornada com ares de modernidade, distinguindo-se pelo molho que se curva a um tom mais doce do que o tradicionalíssimo do Porto. É um desvio de rota que, embora possa ter causado uma surpresa inicial no paladar purista, rapidamente conquistou o comedor, provando que o sabor é, no fim, a métrica mais alta.

Em suma, a Taberna Londrina Viseu afirma-se como um ponto de passagem para os estômagos apressados e os paladares que buscam uma comida de conforto bem executada. Entrega uma francesinha de qualidade inegável, num ambiente agradável e funcional. Permanece, assim, uma referência na cidade para esta especialidade, porém, com o vinho do Dão tristemente à porta!






