Uma homenagem, justa, aos viticultores exibida no rótulo e um merecimento nestes dias de cinquentenário cá em casa, que nos levaram de regresso a brancos e rosés.
Durante muito tempo, os rosés eram destratados e ainda me lembro, em 2001, quando estagiei na Adega de Tondela, entretanto desmantelada, que eram três tinas de uvas brancas e uma de uvas tintas. E esse rosé, vendido na altura a um euro, satisfez o mercado.


Hoje misturar vinho tinto com vinho branco, já fermentados, para produzir rosé é método ultrapassado. O consumo cresce e eu aplaudo e aprecio rosados. Ou rosés, a Comissão tem de uniformizar designações para não confundir o consumidor embora o termo acertado seja rosado. Adiante e beba-se. Vinho de cor salmonada, aroma discreto, notas minerais e florais. Na boca apresenta-se fresco e com boa acidez, para um final curto.
Produzido com Touriga Nacional e Tinta Roriz, com esmagamento e desengace total, sem maceração pelicular, que esse é outro vinho, fermentação em cubas de cimento, a 16°C. Atira-se a 12,5º e é o que se espera dele. Solto, leve e descontraído. Creio mesmo que seja o único rosé produzido na Adega de Penalva.
Aroma apelativo, citrino, bom volume de boca, acidez firme e dá-me seis euros que se bebe de gosto.
A vindima de 2023 foi marcada pelas consequências das alterações climáticas a nível mundial, que afetaram em grande medida a qualidade. Depois de um ano de seca, o Inverno foi generoso de chuvas, bons níveis de humidade nos solos e temperaturas moderadas, trouxeram vinhos com boas maturações, bons níveis de acidez e bom desenvolvimento fenólico.
Bom trabalho de enologia, que apagou essas inquietações e nos brindou com um excelente vinho, para entradas ou conversar. Este marchou com queijo, nozes e doce.
A Adega Cooperativa de Penalva do Castelo tem 1000 associados, recebe uvas de mais de 1200 hectares de vinha e embotelha sete milhões de litros de vinho. E também dos produtores que melhor informação reúne no site.
Este Adega de Penalva Colheita Rosé 2023 é frugal, fresco, saboroso e bom companheiro. Erga-se o copo.