Paço dos Cunhas, Santar


Publicado por:

a

em

Paço dos Cunhas, Santar

“Ao Paço, que matam o mestre”, não mataram e foi rei, mas recordo a frase que me marcou a estreia em televisão, vai para mais de quatro décadas e a amizade com Alice Vieira, escritora com provadas dadas. Como o Paço, de onde saíram o Luís Almeida, o Henrique Sampaio e agora oficia o Alberto Correia.

Pão de Fermentação Lenta, Azeite, Tapenade de Azeitona e Manteiga dos Açores abriram as hostes, com cinco convivas que optaram por um menu degustação, com vinhos escolhidos pelo André João e que terminam, nas sobremesas, com um colheita tardia. Nos entretantos, um ceviche, cortesia do Chef e um azeite marca Cabriz, para embalar pão e untar estomago.

Não conheço, pessoalmente, o Alberto Correia, mas a casa mantém-se fiel à matriz de fine dating. A designação é estulta, mas enfim, sentado na esplanada a beber um Espumante do Cabriz, com que nos Dão as boas-vindas, pensei no que Santar pode almejar e na nossa incapacidade de a tornar, porque o é, um dos símbolos do Dão. É preciso recuperar e reabilitar muito, mas o essencial está lá, nas vinhas, nos palacetes, nas ruelas de pedra e verdejantes jardins.

Santar é uma vila singular, aristocrática, que ganhou recentemente um hotel e onde há muita história para ver. Saciado da sede inicial, fomos por um dos menus de degustação, com harmonização de vinhos, que é a grande vantagem e coloca a refeição num preço sensato, 60 euros pessoa cálculo eu, a partir de um total de 340 euros que incluíram duas garrafas para embaixar na capital. Como não fui eu que paguei, nunca sou, abalancei-me à comida e esqueci preocupações.

Adoramos o local, o restaurante e Santar. Assim mastiguei no ímpeto um delicioso, e crocante, “Pastel de Massa Tenra de Língua de Vaca, Puré de Batata Doce Assada e Hortelã”. Chegou-me ao prato um “Arroz Cremoso de Ostras e Salicórnia, Choco Frito e Limão”, que estava formidável, e eu não sou de arroz. E finalizei com “Colelhinhos de Porco, Cogumelos do Bosque e Alecrim e Feijocas da Serra da Estrela”. A sobremesa foi uma bela pera, com gelado da dita e uma espuma.

 De bater no peito, bom trabalho de cozinha, excelente serviço de vinhos, numa sala agradável à conversa e ao mastigar.

O Paço dos Cunhas é um dos ex-libris da região do Dão, uma propriedade histórica, fundada em 1609, na vila de Santar, que hoje é propriedade da Global Wines, que o adquiriu e reabilitou. Desde sempre que o Paço dos Cunhas esteve ligado à produção de vinho e azeite, mas há ali muito que ver, loja de vinhos e sala de provas. No final podemos deambular pelas vinhas, do Contador, dos Amores, que tornam única esta paisagem.

Boa refeição, em local mágico e encantador, pratos explicados e ponderada, e saborosa, escolha de vinhos.

O Paço dos Cunhas (232 945 452) está aberto para almoço às 3ªs, 4ªs, 5ªs e domingos, e para almoço e jantar às 6ªs e sábados.

Carrinho0
Não há produtos no carrinho!
Continuar a comprar
0